Texto do jornalista Claudio Barros no Facebook.

A FÉ SEM OBRAS É MORTA EM SI
Não sou nem nunca serei religioso. Nunca tive coisas como uma iluminação, uma epifania. Se tivesse de acreditar em um santo, creria em São Tomé, aquele que somente acreditou no que poderia ver e tocar.
Mas vivo num país cristão, sobretudo, e no qual quase todo mundo se guia pela fé, mesmo os que têm, como eu, a dificuldade da crença.
Ocorre é que em momentos como o que vivemos, de mais incerteza ainda, as pessoas se apegam à fé como náufragos a um pedaço de madeira. E tendem a fazer disso mais um problema que uma solução, muitas vezes instados a essa fé cega por pregadores desonestos.
Escrevo isso após ler uma declaração atribuída ao governador de Nova York, Andrew Cuomo: "Deus não ajudou a diminuir os casos de covid-19". Pronto, choveram críticas ao governador
Muito bem, se Cuomo tiver dito o que lhe atribuem, penso que ele tem razão. As pessoas metem o Deus delas (seja esse Deus qual for) em enrascadas.
A queda no número de mortes ou de infectados está relacionada à crença das pessoas em uma ação própria delas e só delas (isolamento social, profilaxia pessoal, prevenção ambiental), não necessariamente a uma fé sobrenatural.
Se a pessoa age com fé em seu Deus, ao mesmo tempo em que atua para que suas ações protejam e elas e a outros, estará agindo para reduzir riscos e mortes. Simples assim.
Bem, se faz isso movida pela fé no Deus dela, tudo bem. Se faz sem uma fé sobrenatural, também tudo bem.
Sobre isso, aliás, se pode recorrer ao próprio Evangelho cristão: “a fé, se não se traduzir em obras, é morta em si mesma”. Está no livro de Tiago, 2:17
Então, mantenham a fé em Deus, porque não há mal algum em crença, mas não percam de vista que é preciso ação.

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