SINPOLPI na Luta

NOTA DE REPÚDIO

O Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Estado do Piauí (SINPOLPI) vem a público emitir a presente nota de repúdio se contrapondo às falas do atual Secretário de Segurança Pública do Estado, Dr. Francisco Lucas, que ora estão sendo amplamente divulgadas por meio de vídeos, nas redes sociais, provavelmente gravados por terceiros que colheram registros durante uma suposta reunião com a sociedade civil organizada. Com isso, as falas do Secretário deixam transparecer, erroneamente, que a principal plataforma de sua gestão será combater “excessivas subnotificações” dos crimes por conta da negativa do atendimento presencial no âmbito das unidades policiais, na comunicação dos fatos de natureza criminal ou não, de maneira generalizada, por parte dos Agentes e Escrivães de Polícia Civil.

Como numa cruzada, o Secretário aponta que há um “número relativo” de servidores com tais comportamentos e, onde, presume-se, tais críticas remetem para uma das atribuições do cargo de Agente de Polícia com lotações nos Distritos policiais. Já que, nos últimos doze anos, o fenômeno da especialização destruiu a capacidade operacional das Delegacias, vulgarmente intitulada como “dos bairros”.

Tal fato está sendo explorado, desproporcionalmente, pois, só no ano de 2022 foram registrados 92.146 (noventa e dois mil cento e quarenta e seis) Boletins de Ocorrências, nas Delegacias Distritais e Especializadas de Teresina. Uma média de 7.679 por mês e 252 por dia. Desta feita, não precisa ser nenhum ‘expert’ no assunto para logo concluir que o Estado do Piauí passa por um momento de estado de calamidade pública na área da Segurança. Pasmem! A nossa Capital, simplesmente, está posicionada como a 40ª (quadragésima) cidade mais violenta do mundo. E para enfrentar isso só existe um remédio: investir na Polícia Judiciária - chega de pirotecnia!!!

A Polícia Militar e a Penal também enfrentam problemas, mas nenhuma delas, por meio de seus gestores, estão combatendo a explosão dos índices de violência com a excessiva exposição dos servidores de seus quadros. Principalmente, causando-lhes desgastes públicos com ataques a sua imagem. E afinal: A quem interessou desmontar a funcionalidade dos plantões e do setor de investigação nos distritos policiais?  

N’outra ponta, a verdadeira resposta que grande parte da sociedade piauiense busca é saber o que foi feito do B.O. registrado na unidade policial. Essa é a maior indignação e esse é o desafio que o Secretário deveria estar abraçando. Quantas ordens de missões policiais foram expedidas? Quantos Mandados de buscas e apreensões diligenciados? Quantos Mandados de prisões cumpridos? Quantos termos de composições realizados? Quantos TCO’S remetidos? Quantos inquéritos instaurados?

Outrossim, faz-se necessário trazer a público que a Polícia Civil do Estado do Piauí, em termos de efetivo policial, tem o 4º pior do Brasil, ou seja, nos quadros da PCPI há somente 01 (um) Escrivão de Polícia na 3ª Classe, quando seriam necessários, por Lei, 190 Escrivães. No cargo de Agente de Polícia 3ª Classe a PCPI conta hoje apenas com 248 policiais, quando deveria ter 865.

Observa-se, portanto, uma inversão de prioridade no combate à criminalidade. A Polícia Civil do Piauí necessita de permanentes e corretas políticas públicas, de infraestrutura, efetivo e valorização, somente assim, então, poderá garantir, em plenitude, o exercício de sua atividade fim de investigação, apuração das infrações penais e auxílio à Justiça.

Recebam as nossas saudações sindicais!

 

Teresina/PI, 1º de março de 2023

 

DIRETORIA EXECUTIVA DO SINPOLPI

(TRIÊNIO 2020/23)



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