Censura nunca mais!
(Para Roberto, Chico, Caetano e Djavan)
Estava à toa na vida em nossa pátria-mãe tão distraída.
Um dia frio, um bom lugar pra ler um livro. Solidão de manhã, poeira tomando assento, rajada de vento, som de assombração. Coração sagrando toda palavra sã...
Uma grande ideia eu tive e, então, disse para alguém me traga um violão! E uma canção eu comecei cantar: se você pretende saber quem eu sou, eu posso lhe dizer: Eu sei que eu tenho um jeito meio estúpido de ser...
Falando sério, papo firme de detalhes tão pequenos: não se esqueça de mim. Será que tudo que eu gosto é ilegal imoral ou engorda? Eu sou aquele amante à moda antiga. Esse cara sou eu!
E cantar é mover o dom do fundo de uma paixão. Seduzir, as pedras, catedrais, coração.
A que será que se destina? Quando você me ouvir cantar, eu sigo apenas porque eu gosto de cantar. Eu sou a filha da Chiquita bacana. Eu quero a sina do artista de cinema. Eu quero a cena onde eu possa brilhar. Um brilho intenso, um desejo. Eu quero um beijo, um beijo imenso, onde eu possa me afogar.
Eis o malandro na praça outra vez: olhos nos olhos, traiçoeiro e vulgar. Eu não presto. Eu não presto!...
Agora vocês vêm dizendo: censuras às biografias!
O que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta. É proibido proibir! Tudo vai mal, tudo. Tudo é igual... Mas eu não minto. Estou longe e perto. Sinto alegrias, tristezas e brinco: tudo em volta está deserto, tudo certo. Tudo certo como dois e dois são cinco...
Atiraste uma pedra no peito de quem só lhe quis tanto bem. E quebraste um telhado, feriste um amigo.
Meu caro amigo, me perdoe, por favor, teus sinais me confundem da cabeça aos pés. Teu olhar não me diz exato quem tu és.
Quem te viu, que te vê!
Ouça um bom conselho, que eu lhe dou de graça: afasta de mim esse cálice!
A Geni foi feita pra apanhar. E que tudo mais vá pro inferno!
Bendita Geni!!!
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