Um campeão de audiência — Minha história na Rádio São José dos Altos, Parte 2
O primeiro programa que apresentei na Rádio São José dos Altos chamava-se "Você Faz o Show", eu mesmo produzia todos os textos e fazia a seleção das músicas que iria tocar ao longo do programa, sendo que se houvesse qualquer alteração era feita em função dos pedidos do público. As participações dos ouvintes ocorriam por telefone.
O programa consistia no seguinte: primeira parte — abertura, cumprimentos, apresentação do que era o programa e autoapresentação do locutor; segunda parte — veiculação de músicas e participação do ouvinte; as músicas eram apresentadas numa melhor de três a cada bloco, em que se tocava apenas o comecinho de cada uma, em seguida o ouvinte ligava e dizia qual a música da sua preferência. Ao fim do bloco era tocada por inteiro.
Os participantes concorriam a premiações como livros, discos, perfumes, relógios, cortes de tecido, camisas feitas, blusas, coisas que eu conseguia no comércio com alguns amigos de Teresina. Pedi autorização à Elvira para mandar um alô aos patrocinadores. Ela disse que tudo bem. Eu ainda não tinha relações no comércio local em relação ao programa de rádio.
No primeiro programa, estava tudo seguindo bem, eu ali todo arrumado, bem perfumado, com aparência bacana, esperando minha vez de entrar no ar. Aí vieram dizer que não tinha operador de áudio para atuar comigo porque o pessoal estava trabalhando na montagem do programa Show da Dedé, que também fazia a sua estreia e era feito ao vivo a partir da Churrascaria Vilany. Fiquei agoniado, mas logo fui salvo pelo gongo, o jovem Wellington Raulino, que era primo/sobrinho da Elvira, veio em meu socorro e fez a operação de áudio, cuja função era colocar músicas, levar ligações ao ar, colocar o locutor para falar, tudo a partir de uma mesa de áudio super moderna naquele tempo.
Curiosamente, estávamos ambos fazendo a nossa estreia no rádio, eu como apresentador e ele como operador de áudio, mas que seria também um grande apresentador de programas. O programa durou uma hora, de 16h às 17h, mas para mim era a realização de um sonho antigo de ser radialista. A comunicação era meu grande objetivo profissional. Tive várias discussões em casa sobre isso.
Minha Mãe queria que eu fosse médico para ajudar criancinhas afetadas pelo poliomielite. Minha Tia disse para ela que eu tinha o direito de escolher meu destino. E assim fiz, aos trancos e barrancos, como se verá, com muitas quedas e muitos coices, mas sempre firme em alcançar meus objetivos. Desistir nunca foi, para mim, uma opção. (TR)
#tonirodriguesalemdanoticia
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