JOSE OLÍMPIO, JORNALISTA.

Jornalismo mercenário

É uma lástima! Ligo a televisão em qualquer canal e só vejo gente do governo jogando conversa fora, tecendo loas à gestão de Sua Excelência.

O noticiário é recheado de notícias oficiais ou oficiosas. Raríssimo é o dia em que se vê na telinha algum adversário questionando ações do governo e fazendo cobranças. 

Até parece que não existe oposição no Estado ou a que pauta  é definida na Ccom. Raramente, se vê boas reportagens. 

Como não se pode questionar nada, o jeito é recorrer às  reportagens policiais que criminalizam a pobreza e escondem a desídia e a incompetência das autoridades.

O jornalista que se opuser a esse modelo de comunicação é posto no olho da rua e, dificilmente, arranja emprego em outro canal. Essa é a regra vigente.

Não se pode culpar o jornalista por isso, pois ele não tem o menor poder para interferir na linha editorial do veículo onde trabalha. Ou se enquadra nas coordenadas da empresa ou cai fora.

Mas, existem os que fazem parte da guarda pretoriana dos patrões e não permitem desobediências às normas estabelecidas. Vigiam e deduram os colegas de redação e se esmeram na produção do jornalismo oficioso.

O empresário, o piauiense por excelência, trata a informação como um produto mercadológico. Não  está nem ai para a qualidade da informação que chega aos lares piauienses. Quer é ouvir o tilintar das moedas no cofre. O resto que se dane!

Daí a opção pelo jornalismo chapa branca e os programas policiais, recheados de baixarias, mas com audiência cativa dos menos letrados e um bom faturamento.

Entre os jornalistas que vestem a camisa do patrão e, consequentemente, a do governo, tem alguns âncoras que batem no peito, se dizem independentes, mas não ousam dizer uma palavra que desagrade o inquilino do Palácio de Karnak.

Alguns têm uma intimidade tão grande com o poder que viram sócios ou testa de ferro de empresários ligados ao governo. 

Esse jornalismo de resultados, infame e desavergonhado,  tem o repúdio da sociedade piauiense e dos bons jornalistas que não se vendem e nem se rendem. 

Ainda bem que hoje se tem a opção dos canais fechados e da Grande Rede.

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