Chagas Botelho, radialista.

 Adeus, dona Glória

Faleceu ontem a dona Glória. O coração dela parou de bater. Soube quando cheguei à padaria de costume. Lá, todos estavam consternados. Era neste local que sempre nos encontrávamos, na boquinha da noite. Dona Glória falava ser uma ouvinte assídua de rádio. Conhecia todos os comunicadores de Teresina. Saí da padaria refletindo sobre a finitude da vida humana. No sopro que ela é. Pois, dias antes, havia conversado normalmente com a senhorinha simpática da Piçarra. Havia lhe dito que a pronúncia de seu nome era universal. Em qualquer parte do mundo Glória é dito da mesma forma. Dona Glória tinha algum parentesco com o professor Aírton Sampaio, e foi na mesma padaria, que choramos a partida precoce do Tarântula rebelde. Por Júpiter! Quanta falta faz o homem que viveu por pouco tempo sob o céu-tigrino de Teresina, e quanta falta fará a dona Glória que quando a gente se despedia, ela dizia: “Amanhã, manda um alô para mim”. Um alô Dona Glória e descanse em paz.

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