POR CHAGAS BOTELHO, radialista.



Tive apenas três conversas com Joca Oeiras. Éramos colegas de face. Não o conheci pessoalmente. Na primeira “conversa”, ele me perguntou se gostava de ler memórias, respondi citando Rubem Fonseca: “em matéria de leitura eu sou onívoro ou polífago”. Ele então me ofereceu O Terno e o Frango, comprei na hora. No segundo bate-papo online, ele pediu-me uma selfie, eu com o livro dele, disse-me que era o melhor marketing para vendê-lo, falei que depois enviaria, pois ainda não o tinha lido. Na terceira e última conversa, ele novamente cobrou-me a selfie, desta feita, todo sem graça, disparei: “Joca, querido, não deu tempo de ler o terno, e realmente havia outras leituras mais urgentes, mas assim que terminar de ler, te envio”. Não deu tempo. Esta manhã, o velho andarilho de Oeiras partiu. A Dona Branca, como Manuel Bandeira se referia a morte, veio e lhe envolveu em seu manto. Descanse em paz. Será um prazer ler suas memórias, quanto a selfie, bem, a selfie está ai. Perdoe-me pela demora.
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